18/06/07

SHAKESPEARE

"Shakespeare criou o mundo em sete dias. No primeiro dia fez o céu, as montanhas e os abismos da alma. No segundo dia fez os rios, os mares, os oceanos e os restantes sentimentos - Que deu a Hamlet, a Júlio César, a António, a Cleópatra e a Ofélia, a Otelo e a outros para que fossem seus donos, eles e os seus descendentes, pelos séculos dos séculos. No terceiro dia juntou todos os homens e ensinou-lhes os sabores: O sabor da felicidade, do amor, do desespero; o sabor do ciúme, da glória e assim por diante, até esgotar todos os sabores. Por esse tempo chegaram também uns indivíduos que se tinham atrasado. O criador afagou-lhes compassivo a cabeça, e disse que só lhes restava tornarem-se críticos literários e contestarem a sua obra. O quarto e o quinto dia reservou-os para o riso. Soltou os palhaços para darem cambalhotas, e deixou os reis, os imperadores e outros desgraçados divertirem-se. Ao sexto dia resolveu alguns problemas administrativos: Forjou uma tempestade, e ensinou ao rei lear o modo de usar uma coroa de palha. Com os restos da criação do mundo fez o Ricardo III. Ao sétimo dia viu se havia algo mais a fazer. Os directores de teatro já tinham coberto a terra de cartazes, e Shakespeare concluiu que depois de tanto esforço também ele merecia assistir ao espectáculo. Mas antes disso, esfalfado de todo, foi morrer um pouco".

Marin Sorescu (1936-1996)

1 comentário:

TURQUOISE disse...

Não poderia estar mais de acordo com tudo isso.
Pena não ter havido mais dias disponiveis para a criação e hoje não teriamos tantos ignorantes e desalinhados...

CONFISSÕES DE UM CARRASCO NA HORA DE IR PARA A CAMA - MAU ARTISTA

CONFISSÕES DE UM CARRASCO NA HORA DE IR PARA A CAMA - MAU ARTISTA
DESIGN: JOÃO CÉSAR NUNES

CONFISSÕES DE UM CARRASCO NA HORA DE IR PARA A CAMA


CONFISSÕES DE UM CARRASCO NA HORA DE IR PARA A CAMA
ESTREIA A 23 DE NOVEMBRO 07 TEATRO DE VILA REALwww.teatrodevilareal.com

Cinco mortos, um Carrasco, uma Suicida e uma “Ordem” compõem o mundo absurdo deste espectáculo. A extinção retratada através de cinco Mortos sem nome que todas as noites aparecem no mesmo sítio, apenas para não deixarem adormecer o Carrasco que os matou. Todas as noites a mesma coisa, tantas noites seguidas que nem os Mortos sabem há quanto tempo estão por ali. Falam porque tem de ser, porque a “Ordem” assim o exige. Não deixar adormecer o Carrasco… o culpado (para eles) por se encontrarem naquela situação.O Carrasco que não fala, que já não fala… o Carrasco que se sente culpado apenas por uma morte… a única que não aconteceu através da lâmina que usa… a morte da mulher que se suicidou por não aguentar a pressão de ser mulher de um Carrasco. Este ser não fala até perceber que a “Ordem” de certa forma se alterou, que falar será a única forma de todos irem embora e ele poder descansar, finalmente adormecer depois de tanto tempo… depois de tantas noites assim. Surgem desta forma as “Confissões de um Carrasco na hora de ir para a Cama”.

FICHA ARTÍSTICA
Título do espectáculo: Confissões de um Carrasco na hora de ir para a Cama Texto e Encenação: Nuno Preto Cenografia: Ricardo Preto Design de Luz: Cláudia Valente Design de Figurinos: Inês Mariana Moitas Interpretação: Helder Guimarães, Sara Pinto Pereira, José Nunes, Sara Costa, Susana Madeira, Tânia Dinis, Teresa Corte Real Produção Executiva: Marta Lima, Tânia Reis Design Gráfico: João César Nunes Produção: Mau Artista

1º Festival Internacional de Clown do Porto

1º Festival Internacional de Clown do Porto
www.teatro-do-frio.com

APAREÇAM ISTO VAI DAR QUE FALAR

Apareçam para ver este festival que para além dos espectáculos de clown, conta ainda com workshop's, debates, curtas e longas metragens sobre o clown e o seu universo e ainda debates e discussões sobre os processos de trabalho do clown. A não perder.

Se quiserem mais informações vão ao Blog:

www.teatro-do-frio.blogspot.com
SHAKESPEARE AINDA ME PERSEGUE

"Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se, se não tiver o mundo como mestre. A experiência se adquire na prática."

"As coisas mais mesquinhas enchem de orgulho os indivíduos baixos"
As Alegres Comadres de Windsor (1600-1601)

"Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer". - "Ato V - Cena V: Page Coriolano (1607-1608)

"A adversidade põe à prova os espíritos".

"Fugi do fogo para não me queimar e fui cair no mar, onde me afogo". - Ato I - Cena III: Proteu

"Lábios, fazei cessar o amargo verbo, pondo fim à linguagem". - Ato V - Cena I: Timão

"A opinião pública, a mais alta soberana do êxito...". - Ato I - Cena III - Doge

"Devagar! Quem mais corre, mais tropeça!"

"O sono é o prenúncio da morte."

"Nós somos feitos do tecido de que são feitos os sonhos."

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que poderia ser nosso pelo simples medo de tentar."

"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada."

Shakespeare


HELMUT

HELMUT
ESTREIA A 15 de JUNHO NO TEATRO DE VILA REAL